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Linguagem visual: a caixa de ferramentas dos designers

Linguagem visual: a caixa de ferramentas dos designers

Nunca foi tão fácil e democrático comunicar. Os meios para o fazer passaram a ser acessíveis a todos em múltiplas plataformas e em diversos meios. Qualquer comunicação eficaz tem uma mensagem explícita compreensível e homogénea, exposta através de texto, de voz ou ambos. Contudo, à excepção do audio, todas as mensagens têm uma outra dimensão, que pode não ser imediatamente explícita, mas que é extremamente poderosa: a linguagem visual — a caixa de ferramentas dos designers.

A forma de transmissão das mensagens secundárias ou complementares ao texto ou voz, são entendidas sub conscientemente. A rede de significados e intenções nelas expressos, terão como missão reforçar a mensagem principal de forma homogênea e universal ou direcionada para o público-alvo pretendido. Caso estas mensagens secundárias não sejam cuidadas e trabalhadas de forma consistente, podem quebrar a mensagem principal, levando a interpretações diversas. Podem inclusivamente ultrapassar a mensagem principal em relevância e até anulá-la.

Por exemplo, uma mensagem que pretenda transmitir uma ideia de empenho, deverá ter imagens de empenho, esforço e perseverança. Deverá ser estruturada numa composição que deve reflectir alguma tensão/energia com cores que expressem e complementem a imagem escolhida e tipografia adequada. Contudo, basta que um dos elementos seja deficiente, por exemplo a escolha de uma imagem com um interveniente numa atitude dúbia, uma má escolha tipográfica, uma má escolha de cores, de composição ou qualquer outro elemento que não seja harmonioso ou perturbe a mensagem no seu todo, pode descredibilizar o esforço de comunicação dessa mensagem.

A linguagem visual tem o (super) poder de conseguir comunicar algo directamente com a audiência paralelamente ao texto ou ao que o apresentador fala. Este tipo de poder pode ainda ser partilhado com dois outros; a linguagem musical e a linguagem corporal. Caso a comunicação use som, a escolha da música de fundo, dos efeitos e principalmente, do tom de voz e dinâmica do apresentador, pode ampliar ou afectar a mensagem. Em caso da comunicação ser feita em vídeo, passa a ser ainda considerável o aspecto do apresentador e a forma como se coloca, os gestos que faz e acima de tudo, as expressões faciais, fundamentais na interpretação da sinceridade de uma comunicação.

A aprendizagem dos designers é feita pelo estudo dos vários significados simbólicos e técnicos dos diversos elementos e fenómenos que constituem a linguagem visual e a forma de os trabalhar para influenciar essas mensagens. Para desenvolver e criar peças de comunicação harmoniosas, que reforcem o sentido da comunicação principal, é necessário o domínio de cada um desses pontos e a interação entre eles. De forma não exaustiva e não prioritária, são considerados elementos da linguagem visual:

  • Composição (peso, contraste, proporção);
  • Cor;
  • Tipografia (escolha de letras), semântica;
  • Tom;
  • Textura;
  • Imagem.

Os diferentes componentes da linguagem visual serão explorados individualmente em próximas publicações.


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