Papéis da norma A
Sejam facturas, livros, formulários ou a receita que imprimiu na impressora lá de casa, a probabilidade é que tenha nas mãos uma folha de formato A4, A5 ou outras de norma A. Sempre que segura uma dessas folhas, já se questionou o porquê da forma e tamanho das mesmas? Contudo, já terá notado que se dobrar uma folha A4 ao meio, obterá duas A5. Tal característica, mais poderosa do que possa parecer à primeira vista, determinou a proporção dos papéis mais comuns na nossa vida. Já o tamanho foi estabelecido por outra condicionante.
Nem sempre foi assim; as dimensões dos papéis eram estabelecidas pelo tamanho dos equipamentos de produção, substancialmente variáveis. Apesar de existirem alguns tamanhos definidos, de dimensões razoavelmente similares, a ausência de normas fidedignas continuou pelos séculos. Até que em 1786, o professor alemão de Física, Christoph Lichtenberg (1742–1799) escreveu uma carta ao amigo Johann Beckmann onde abordava a curiosidade que tinha descoberto: as folhas cujo comprimento se divida pela largura e resulte em 1,41 (raiz de 2), mantêm a relação entre a largura e comprimento, possibilitando que uma folha dobrada ao meio resulte em duas folhas com a mesma proporção, podendo ser subdividida continuamente sempre com esta relação. Esta progressão é altamente conveniente para optimizar os formatos impressos e prevenir desperdícios; por exemplo, uma folha A3 pode ser impressa em simultâneo com quatro folhas A5 exactas, oito folhas A6 e por aí em diante.
Tamanhos de papéis A
Em França, por alturas da Revolução (1798), foi proposta a ideia em França e alguns papéis foram desenvolvidos com esta característica, adaptados e ajustados na Alemanha no século XX pelo Matemático Walter Porstmann 1886–1959), que estabeleceu o sistema, que passaria a norma em 1922 pelo então recente Deutsches Institut für Normung, (DIN), com a designação DIN 476.
Quanto a tamanho, foi estabelecido que o A0, teria a medida acordada em 1875 por diversos países — um metro quadrado1 — . Apesar do A0 ser a referência, foram definidos dois tamanhos acima (over formats) o 2A0 (1189mm × 1682mm) e o 4A0 (1682mm × 2378mm).
Diversos países adoptaram a norma DIN 476 (Portugal em 1954) e nalgumas décadas era o papel corrente em dezenas de nações. Com o surgimento da International Organization for Standardization (ISO) em 19472, várias normas comuns como a dos papéis foram adoptadas com a designação ISO 216, neste caso regulando vários formatos.
A norma A define 11 dimensões: de A0 a A10:
Tamanhos | Largura x Comprimento (mm) | Área (mm) |
---|---|---|
A0 | 841 × 1,189 | 999949 |
A1 | 594 × 841 | 499554 |
A2 | 420 × 594 | 249480 |
A3 | 297 × 420 | 124740 |
A4 | 210 × 297 | 62370 |
A5 | 148 × 210 | 31080 |
A6 | 105 × 148 | 15540 |
A7 | 74 × 105 | 7770 |
A8 | 52 × 74 | 3848 |
A9 | 37 × 52 | 1924 |
A10 | 26 × 37 | 962 |
Notas
1 Na realidade os valores não são absolutamente exactos, o A0 mede 0,999949 m2 (0,841m x 1,189m).
2 Em 1900 passaram a 21 países, em 1950 o International Committee for Weights and Measures já contava com 32 países, continuando a somar estados membros.
Referências
https://www.din.de
https://www.iso.org
https://www.designingbuildings.co.uk/wiki/Paper_Sizes